Sympathy For The Devil

A Natureza Pecaminosa em 'Sympathy For The Devil'

A música 'Sympathy For The Devil', dos Rolling Stones, é uma das mais emblemáticas da banda e carrega uma profundidade lírica que vai além do rock'n'roll. Lançada em 1968, no álbum 'Beggars Banquet', a canção é narrada por uma figura que se apresenta como um homem de riqueza e bom gosto, que esteve presente em diversos eventos históricos marcados pela violência e pela maldade humana. A identidade do narrador é sugerida como sendo o próprio Diabo, que desafia o ouvinte a adivinhar seu nome e compreender a natureza de seu 'jogo'.

A letra faz referências a momentos cruciais da história, como a crucificação de Jesus Cristo, a Revolução Russa e a Segunda Guerra Mundial, sugerindo que o narrador teve um papel em cada um desses eventos. A menção ao assassinato dos Kennedys amplia a ideia de que o mal está presente em todos os tempos e lugares, e que a humanidade, representada pelo ouvinte, tem sua parcela de responsabilidade ('after all, it was you and me').

A música desafia a percepção tradicional de bem e mal, sugerindo que esses conceitos são mais complexos do que parecem ('Just as every cop is a criminal, And all the sinners saints'). Ao final, o narrador, que se identifica como Lúcifer, pede cortesia, simpatia e bom gosto, numa ironia que reflete a dualidade da natureza humana e a facilidade com que as pessoas podem ser seduzidas pelo mal. 'Sympathy For The Devil' é uma reflexão sobre a moralidade, a história e a participação de cada indivíduo nos atos que moldam o mundo.