Todo Finado Tem Mãe

A Dor das Mães e a Realidade Cruel das Periferias

A música "Todo Finado Tem Mãe" de Thiagão e Os Kamikazes do Gueto é um retrato cru e doloroso da realidade das periferias brasileiras, onde a violência e a criminalidade ceifam vidas jovens e deixam um rastro de sofrimento. A letra aborda a dor das mães que perdem seus filhos para a violência, um tema recorrente nas comunidades marginalizadas. A figura de Dona Iza, mencionada no início, representa todas essas mães que, apesar do tempo, nunca superam completamente a perda de um filho.

A música utiliza metáforas e imagens fortes para descrever a brutalidade da vida nas periferias. Expressões como "crânio furado" e "miolo espalha" são chocantes e viscerais, destacando a violência extrema que é uma realidade cotidiana. A letra também critica a falta de sentido dessas mortes, com jovens matando e morrendo sem saber exatamente o porquê, muitas vezes influenciados por uma cultura de violência e pela falta de oportunidades.

Além disso, a música faz uma crítica social ao apontar que a violência é um ciclo vicioso que afeta principalmente os pobres. A frase "é pobre matando pobre, num é rico matando rico" ressalta a desigualdade social e a falta de perspectivas que levam os jovens a se envolverem com o crime. A letra também menciona a mídia e a sociedade, que muitas vezes ignoram ou marginalizam essas tragédias, deixando as comunidades à mercê da própria sorte. A música é um grito de dor e um pedido de atenção para uma realidade que muitos preferem não ver.