Dengo (part. Zé Manoel)

Amor, Cultura e Resistência em 'Dengo' de Thiago Elniño

A música 'Dengo' de Thiago Elniño, com participação de Zé Manoel, é uma celebração do amor, da cultura e da resistência negra. A letra começa com um cuidado carinhoso, onde o eu lírico pede para sua amada se agasalhar devido à chegada de uma frente fria. Esse gesto simples de proteção é uma metáfora para o cuidado e a atenção que ele dedica a ela, reforçando a ideia de um amor terno e protetor.

A canção também faz uma rica viagem cultural pelo Brasil, mencionando São Paulo, Belém, o Nordeste e a Bahia. Essas referências geográficas não são apenas locais, mas simbolizam a diversidade e a riqueza cultural do país. A menção ao 2 de fevereiro, dia de Iemanjá, traz à tona a espiritualidade e a conexão com as tradições afro-brasileiras, mostrando como o sagrado e o profano se entrelaçam na vida cotidiana. A presença de Odoyá, um dos nomes de Iemanjá, reforça essa ligação espiritual e cultural.

Além disso, a música aborda a importância das famílias negras como sementes de comunidades vivas e resilientes. Thiago Elniño destaca a beleza e a força dessas famílias, e como o amor entre o casal é uma forma de resistência e fortalecimento. A repetição do verso 'Preta, se agasalha' ao longo da música reforça a ideia de cuidado contínuo e proteção mútua, enquanto a melodia de açúcar que pode se desmanchar com a chuva simboliza a fragilidade e a preciosidade desse amor.

'Dengo' é, portanto, uma ode ao amor negro, à cultura afro-brasileira e à resistência. Através de metáforas e referências culturais, Thiago Elniño cria uma narrativa rica e emotiva que celebra a beleza e a força das relações e comunidades negras.