Rapunzel

Rapunzel Moderna: Desejos e Contradições na Noite Urbana

A música "Rapunzel" da Tribo da Periferia utiliza a figura da personagem dos contos de fadas para explorar temas contemporâneos de desejo, liberdade e contradições na vida urbana. A letra faz uma releitura da clássica Rapunzel, que, em vez de estar presa em uma torre, está imersa em um cenário de festas, drogas e sensualidade. A repetição do convite para "jogar suas tranças" simboliza a entrega aos prazeres e desejos da noite, deixando a mente "seminua" e aberta às experiências.

A letra também aborda a dualidade da personagem, que é ao mesmo tempo sedutora e vulnerável. A Rapunzel moderna é descrita como alguém que troca o vestido por um short e colã, desfez suas tranças e se entrega à noite. No entanto, há uma crítica implícita ao estilo de vida hedonista e superficial, evidenciada pela menção ao uso de drogas e à busca incessante por prazer. A referência ao "gosto de fel" sugere que, apesar das aparências, há um amargor subjacente nas escolhas da personagem.

Além disso, a música reflete sobre a superficialidade das relações e a busca por validação através da aparência e do consumo. A Rapunzel da Tribo da Periferia é uma figura que, apesar de sua beleza e sensualidade, carrega um "coração carente". A letra sugere que, por trás da fachada de luxúria e diversão, há uma busca por algo mais profundo e significativo. A música, portanto, é uma crítica à cultura de excessos e à superficialidade das relações modernas, ao mesmo tempo que celebra a liberdade e a autonomia da mulher contemporânea.