Abertura de Exu

A Força e a Proteção na 'Abertura de Exu'

A música 'Abertura de Exu', entoada em rituais de Umbanda, carrega em si uma profundidade espiritual e simbólica significativa. A letra menciona a firmeza da terra e a segurança do gongá, que é o altar sagrado onde são realizados os trabalhos espirituais. Essas palavras evocam a ideia de estabilidade e proteção, elementos essenciais para a prática religiosa dentro do terreiro, um espaço considerado sagrado e protegido pelas entidades espirituais.

A presença do vigia na porteira e o canto do galo à meia-noite são elementos que reforçam a vigilância e a transição entre os mundos espiritual e material. Na cultura afro-brasileira, Exu é o guardião dos caminhos e tem o papel de mensageiro entre os humanos e os orixás. A referência ao galo cantando à meia-noite pode ser interpretada como um anúncio de que os caminhos estão abertos e que a comunicação entre os dois planos está estabelecida, marcando o início dos trabalhos espirituais.

A música, portanto, não é apenas uma abertura ritualística, mas também uma afirmação de fé e um pedido de permissão para que os trabalhos se iniciem sob a proteção e a orientação de Exu. Através dessa canção, os praticantes da Umbanda reafirmam seus valores religiosos, a fé na proteção espiritual e a importância do respeito e da reverência às entidades que regem o terreiro.