Candongueiro
Arlindo Cruz
Eu vou me imbora, pra Minas Gerais agora.
Eu vou pela estrada a fora, tocando meu candongueiro, oi.
Eu sou de Angola, bisneto de quilombola
Não tive e não tenho escola, mas tenho meu candongueiro.
No cativeiro, quando estava capiongo, meu avô cantava jongo, pra
poder segurar, oi.
A escravaria quando ouvia o candongueiro,
Vinha logo pro terreiro, para saracotear
Meu candongueiro, bate jongo dia e noite.
Só não bate quando o açoite quer mandar ele bater, oi
Também não bate, quando seu dinheiro manda, isto aqui não é
quitanda pra pagar e receber.
Meu candongueiro tem mania de demanda.
Quem não é da minha banda, pode logo debandar, oi.
Pra vir comigo tem que ser bom companheiro, ser sincero e
verdadeiro, pra poder me acompanhar
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