Na Sombra do Cinamomo
Matheus Leal
Na sombra de um cinamomo
Olhando longe a coxilha,
Meus versos voam pra longe
Nas asas da redondilha.
A cuia, porongo quente,
Parece me acarinhar,
A grama verde me chama,
Vontade de me deitar!
Forro o capim com os pelegos
Pra poder me espreguiçar
Enquanto sorvo o amargo
De um verso rimado em ar.
Campeando o mote pra o verso
Me paro então a cismar,
E as rimas pobres se cansam
E morrem faltando o ar.
Minha alma está de lombeira
E o corpo meio esquisito,
Por mais que eu pense e repense
Não acho um verso bonito.
Sigo olhando as coxilhas
Maneado pelo aconchego
De um verso meio entrevado
Judiando a lã dos pelegos.
Na sombra de um cinamomo
Me espreguiçando com a rima,
O meu verso morreu de tédio
Nas tranças daquela china.
Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Matheus Leal e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: