Tarzan (o filho do alfaiate)

A Ironia e o Humor em 'Tarzan (o filho do alfaiate)' de Noel Rosa

A música 'Tarzan (o filho do alfaiate)', composta pelo renomado sambista brasileiro Noel Rosa, é uma obra repleta de ironia e humor, características marcantes do compositor. A letra brinca com a ideia de força e aparência, explorando a discrepância entre o que se vê e o que realmente é. O protagonista da canção é apresentado como alguém que aparenta ser forte e musculoso, mas essa imagem é apenas uma ilusão criada pelas roupas bem cortadas por seu alfaiate.

No decorrer da música, o eu-lírico revela sua verdadeira natureza, admitindo que nunca praticou esportes e que sua única relação com a força física é o peso das roupas que veste. A 'força bruta' que possui reside em um 'clássico cabide', uma metáfora para mostrar como sua suposta musculatura não passa de uma fachada. Além disso, a menção de que sua 'armadura' de casimira dura lhe dá musculatura, mas é desconfortável, reforça a ideia de que a aparência pode ser enganosa e até mesmo dolorosa.

A canção também faz uma crítica sutil à sociedade e à cultura da época, que valorizava excessivamente a imagem e as aparências. Noel Rosa, com seu estilo único, utiliza a música para comentar sobre as expectativas sociais e a pressão para se encaixar em certos padrões, tudo isso enquanto mantém um tom leve e bem-humorado. 'Tarzan (o filho do alfaiate)' é um exemplo clássico do talento de Noel para a sátira social, usando o samba como veículo para suas observações perspicazes.