Dois Prisioneiros
Pedro Bento e Zé da Estrada
Te fizeram prisioneiro passarinho
Na gaiola que ninguém queria estar
Nem parece mais aquele que na mata
Em gorjeio em serenata vivia sempre a cantar.
Eu também sou prisioneiro, passarinho
Na gaiola de um coração malfeitor;
Uma ingrata que parece todo instante
Com sorriso delirante zombando da minha dor.
Mais um dia haverá que esta gaiola
Seu cadeado todo enferrujará
E batendo suas asas fortemente
Com seus filhinhos contente ao teu ninho voltará.
Eu também espero que esta dia chegue
Para o orgulho desta ingrata terminar
Moraremos numa casa campesina
Onde espero na colina ouvir teu lindo cantar.
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