Pai João
Zé Helder
Caminheiro
Que passa naquela estrada
Vê uma cruz abandonada
Como quem vai pro sertão
Há muitos anos nesse chão foi sepultado
Um preto velho e erado
Por nome de pai João
Pai João na fazenda dos Coqueiros
Foi destemido carreiro
Querido do seu patrão
Sua boiada, o Chibante e o Brioso
Nos morro mais perigoso
Arrastava o carretão
Uma tarde pai João não esperava
Que a morte lhe rondava
Lá na curva do areião
E numa queda embaixo do carro caiu
Do mundo se despediu
Preto velho pai João
Caminheiro
Aquela cruz no caminho
Já contei tudo certinho
A história de pai João
Caminheiro
Aquela cruz no caminho
Já contei tudo certinho
A história de pai João
Resta a saudade daquele tempo que foi
Do velho carro de boi
No fundo do Mangueirão
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