Rincão da Saudade
Luiz Marenco
A cachorrada ressona
No galpão da estância antiga
E um cardeal que canta forte
Sua beleza de cantiga
Que quadro belo que surge
Ao terminar mais um dia
E o matiz do entardecer
Espelha sua nostalgia
Tudo descansa na estância
Um par de arreios sovados
E sobre a bolsa de lã
Um laço enrodilhado
Lá na Rincão da Saudade
É assim este lugar
Que por certo um Deus pintor
Escolheu pra retratar
E a minha gateada rosilha
Secando o lombo suado
E as ovelhas vão balindo
Costeando algum alambrado
E ao repontar as tambeiras
Assobiando uma coplita
O guri de em pêlo lembra
Meu Deus que tarde bonita
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