Batendo Água

A Essência do Pampa na Música de Luiz Marenco

A canção "Batendo Água" de Luiz Marenco é uma verdadeira ode à vida do campo e à figura do gaúcho, elementos centrais da cultura sulista do Brasil. Através de uma letra poética e carregada de simbolismos, Marenco descreve a jornada de um homem e seu cavalo enfrentando a chuva e a vastidão das planícies, conhecidas como pampas. O poncho, peça típica do vestuário gaúcho, é descrito como portador de lonjuras, ou seja, de distâncias, e é personificado como se tivesse asas, sugerindo a liberdade e a resistência diante das adversidades do clima.

O eu lírico expressa uma conexão profunda com seu cavalo, o zaino, e com a natureza, evidenciada pela descrição de como ambos se movem em harmonia com o ambiente. A chuva, elemento constante na música, é tanto um obstáculo quanto uma companheira, e o ato de 'bater água' pode ser interpretado como o enfrentar das dificuldades com determinação e resiliência. A música também reflete sobre a passagem do tempo e a saudade de momentos passados, como os 'sol de abril', simbolizando momentos de alegria e tranquilidade que contrastam com a dureza do presente.

Por fim, a canção termina com uma reflexão sobre a jornada da vida, onde o caminho pode ser árduo e o mundo pode desabar, mas o gaúcho conhece o valor e a força que carrega dentro de si, representado pelo poncho. "Batendo Água" é uma metáfora para a vida, onde cada um enfrenta seus desafios, mas sempre segue em frente, guiado pela esperança e pela certeza de seus valores e origens.